Como devo calcular o custo por m² da impressão?

Uma das principais dúvidas quando precisamos enviar um orçamento ao cliente é:

Por quanto posso cobrar o m²?

Quando nos deparamos com esse dilema, um dos erros mais comuns é calcular apenas os custos superficiais ou até mesmo calcular abaixo do custo dos concorrentes. Mas é necessária uma metodologia para calcularmos o custo do m² da impressão e manter a rentabilidade e saúde financeira da empresa.

Segue alguns dos cálculos que devemos levar em consideração:

1. Custo de Manutenção

Todo equipamento tem sua necessidade de manutenção, e com isso seus desgastes e prevenção são eminentes. Sendo assim, é recomendado que esses custos sejam diluídos de acordo com a produção e manutenção anual, para que não haja surpresas quando estes custos surgirem.

Faça uma listagem das peças e os custos médios de manutenção anual e distribua esse cálculo pela metragem produzida anualmente, criando assim um “fundo de manutenção” para manter seu equipamento sempre em ordem e sem surpresas futuras.

2. Preço de Mídias

O substrato pode representar o maior custo do seu m², por isso é importante se atentar a:

  • Desperdício de material no processo produtivo;
  • Controle do estoque e a qualidade dos materiais, pois o retrabalho pode te custar o dobro de tempo, mídia, tinta e mão de obra.

É ideal investir em uma estrutura para estocar as mídias de forma que não prejudiquem o resultado final e adicionar ao custo da mídia o valor investido.

3. Mão de Obra

A mão de obra é um custo que muitas vezes é negligenciado erroneamente, mas é de vital importância para a produção de seus trabalhos.

Fatores como:

  • Impostos, FGTS e outros encargos;
  • Benefícios dos funcionários como vale-transporte, refeição, assistência médica;
  • Férias, décimo terceiro salário e dissídio trabalhista.

Devem ser diluídos no volume de produção anual, formando uma referência de valor a ser cobrado por m².

4. Estrutura

O equipamento exige uma estrutura que deve ser calculada e somada ao custo de impressão, como:

  • Internet;
  • Energia;
  • Computador;
  • Ar condicionado, nobreak, entre outros custos operacionais.

Esses custos são fixos e essenciais para evitar prejuízos na venda.

5. Depreciação

Todo ativo sofre depreciação, e o cálculo de depreciação fiscal, diluído em 10 anos, é importante, representando 10% do valor do equipamento ao ano.

6. Pró-labore

O proprietário deve definir suas retiradas a título de prolabore, diferenciando os ganhos do dono e os da empresa, evitando que as retiradas interfiram na margem operacional.

7. Reinvestimento

Como meta de crescimento e reinvestimento, é importante definir uma margem operacional. Esse valor pode ser usado para compra de novos equipamentos, aumentar o quadro de colaboradores, ou como reserva de segurança.

Conclusão

Esses são alguns dos cálculos recomendados para adicionar aos custos diários de produção (tinta + material + acabamento). Além disso, é sempre ideal diluir outros custos, como financiamento e ferramentas para captação de novos clientes.

Com base nessas informações, podemos calcular o custo de produção de forma mais precisa, possibilitando orçamentos com maior segurança.

Sobre o autor:
Tiago Marciano
Especialista de Desenvolvimento de Produtos Têxteis Mimaki Brasil

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